quarta-feira, 1 de junho de 2011

O Lobo-Guará ainda sobrevive nas matas gaúchas

Foi preciso agüentar muita gozação nas rodas de bar até poder provar o que dizia. Era assim toda a vez que Leandro Pinto se reunia com os amigos: relatos de caboclos que acreditavam ter visto o lobo guará no interior do Rio Grande do Sul não convenciam os colegas de profissão. Para o biólogo, um dilema: pelos hábitos e pela localização que lhe contavam, acreditava que podia, sim, acreditar no ressurgimento do bicho.

Mas faltavam as provas.

E, aos poucos, elas chegaram. Primeiro, as fezes, fotografadas numa trilha no interior de São Gabriel (cidade do Sudoeste do Rio Grande do Sul, a 320 km de Porto Alegre). Examinando o material, conseguiu identificar os pêlos de um ratão do banhado. Apesar de onívoro e de se alimentar de frutos, a literatura afirma que o lobo-guará também se alimenta de pequenos vertebrados - e Leandro sabia disso.

Mas, para não se deixar levar, procurou pensar que elas poderiam ser de outros canídeos; como cachorros domésticos asselvajados. Acontece que o local onde estava era cheio de tabuleiros ermos - bem ao gosto do lobo-guará, que adora correr pela grama alta.

No dia seguinte, Leandro seguiu os rastros, e alterou a posição de duas das nove armadilhas fotográficas que havia espalhado na região. Mais dois dias, e a prova que faltava: seis fotos. Nítidas, de pelo menos dois indivíduos. Cabeça pequena em relação ao corpo, orelhas pontudas, focinho longo. Numa das fotos, um deles olhava pra câmera, como se quisesse mostrar aos incrédulos que não está extinto.



fonte: http://www.ecoagencia.com.br/?open=noticias&id===AUWZESUhlTXJFbZpXTWJVU

(Andréia)

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